segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Curtas


O buraco é mais embaixo

Na última temporada, falava-se que o Arsenal de Van Persie, Nasri e Fábregas precisava de, pelo menos, dois nomes de peso para pensar em títulos. Agora, sem duas das suas peças mais importantes, fala-se que com duas boas contratações o time volta aos trilhos. Para mim, essa conta não bate.

Gastança
Falando em mercado, imagine se o Liverpool contratasse apenas Suarez após a saída de Fernando Torres. Os 35 milhões de libras gastos em Carrol (que não vale em metade disso) serviriam para o time adicionar uma grande estrela ao apenas competitivo time montado por Kenny Dalglish.

Jogando para a galera
Todo garoto teve um time de coração em sua infância e os jogadores de futebol não são diferentes. Kléber é só mais um deles e isso não tem importância nenhuma. A diferença é que o Gladiador sempre falou que era palmeirense desde criancinha, até mesmo quando não era questionado sobre isso. A maioria dos jogadores defende um time que não foi o seu de infância, e isso não é problema. Porém, a atitude do Gladiador só mostra o quanto o atacante é demagogo e que o que ele fala, não se escreve.   

Era Mano Menezes entra em estado de atenção



A derrota para a Alemanha acende um sinal amarelo na gestão de Mano Menezes na seleção brasileira. Não pelo resultado em si, que é natural, mas pelo domínio do time alemão. Durante boa parte do jogo, o Brasil esteve com oito de seus homens na entrada da área de Júlio Cesar. Mesmo com três homens no meio campo com funções de marcação, em nenhum momento o time brasileiro conseguiu dificultar o trabalho do hábil time alemão na criação das jogadas.

O momento é de refletir tanto o trabalho coletivo quanto individual. Para Mano Menezes, basta olhar para a Alemanha e ver o que é um jogo coletivo de um time jovem e que sabe o quer. Individualmente, é hora de repensar a convocação de alguns jogadores. Para se ter uma idéia, Bastian Schweinsteiger que era o homem mais recuado do meio de campo alemão seria o mais talentoso (e mais avançado) dos meias caso jogasse com a camisa amarela. E mesmo sem pegada, foi possível neutralizar e sufocar a esquadra canarinho quando ela tinha a bola em seu domínio.

Ainda que a safra não seja excelente como julgam, existem jogadores melhores que André Santos, Ralf (ou Lucas Leiva), Ramires e Fernandinho, Elias, Renato Augusto, Elano, Jonas e Fred. É hora de chamá-los. 

Argentina não consegue se desvencilhar do passado

A Seleção Argentina se vê constantemente em busca de uma identidade. Mais do que isso, nos últimos anos a mudança de direção no comando tem sido alarmante para os rumos do futebol do país. Assim, assume o ex-treinador do Estudiantes, Alejandro Sabella. Sem querer, a AFA e Julio Grondona acertam no comandante. Os outros nomes cotados eram do ex-treinador multicampeão pelo Boca, Carlos Bianchi, e de Gerardo Martino, que comandou o Paraguai no último Mundial.

Na definição do novo nome, as mesmas caras de sempre: Grondona, Maradona, Menotti e Bilardo. Esse é o grande problema. A Argentina não consegue se desprender de quem já escreveu seu nome no passado. Para demonstrar que o país não se desvincula do passado, podemos dar o noticiário do futebol argentino como exemplo. Consultado sobre a possibilidade de Verón ser manager da seleção, Alfio Basile afirmou que La Brujita deveria estar jogando no time, e não como dirigente. No River, foi negado à torcida pela enésima vez a volta de Ariel Ortega. O Boca também continua insistindo em Riquelme, mesmo que os resultados provem que o melhor seria deixar o problemático meia ir embora. Em toda definição de treinador é lei ouvir o voto dos dois comandantes das Copas de 78 e 86, em que o país se sagrou campeão.

Sabella parece ser de uma terceira via. Não obedece os paradigmas futebolísticos de Menotti e nem de Bilardo. Entretanto, será tarefa dele ser político e saber lidar com os cardeais do futebol cisplatino, assim como El Dios e a AFA. O treinador deverá resgatar o trabalho que foi feito até o ano de 2006, quando a seleção caiu de pé diante de uma Alemanha em casa. De lá para cá, o país se perdeu totalmente. Nas últimas eliminatórias, atletas medíocres como Sebá Dominguez, Jonás Gutierrez, Jesús Dátolo e Emiliano Papa foram levados pela primeira vez à blanquiceleste. Jovens como Nicolás Otamendi e Javier Pastore foram lançados às feras sem cuidado nenhum.

O bom trabalho realizado nas seleções de base do final da década de 90 até as Olimpíadas de Pequim, em 2008, revelou um grande número de atletas que hoje integram o time principal. Com esses jogadores será possível montar uma equipe talentosa sem que a falência dos clubes argentinos interfira, pelo menos por enquanto. Pedir para Sabella resolver o problema do futebol argentino é muito, mas ele pode minimizar e devolver um pouco de orgulho para o país. 

Corinthians com dificuldade no Brasileirão



As últimas rodadas têm mostrado um Corinthians com dificuldade na definição de jogadas. Após ser sensação do campeonato, o time se viu obrigado a furar barreiras de 8 ou 9 jogadores atrás da linha da bola e revelou uma grave deficiência: Os jogadores têm grande dificuldade de penetrar na área adversária.

Durante sua fase invicta, a equipe de Tite primava por ter um bloco de cinco jogadores do meio de campo marcando agressivamente o adversário. Desta forma, o time conseguia roubava a bola no campo de ataque e com poucos toques usando seus externos chegava até a meta adversária. Foi assim no primeiro gol contra o Avaí e Botafogo.

Porém, com o impressionante desempenho do início, as equipes passaram a oferecer a bola ao Corinthians. Nos confrontos contra o América – MG foram trocados 373 passes, 371 contra o Avaí e 380 diante do Cruzeiro. O dado é superior ao de todos os outros jogos pela competição, exceto o clássico com o São Paulo. O número e os resultados demonstram dificuldade para penetrar na defesa adversária.

Nos últimos jogos foi possível ver pouca aproximação entre ataque e meio campo. Jorge Henrique tem necessidade de apoiar Ramon, Paulinho e Ralf. Por suas características Danilo não consegue criar e chegar com velocidade na área para apoiar o homem gol corintiano. Diante dessa dificuldade, Paulinho se tornou a principal peça ofensiva da equipe. Hoje, o volante é quem mais aparece em conclusões a gol entre os corintianos, média de 2,7 por jogo. Enquanto os meias rondam a área procurando jogada pelas laterais, Paulinho é quem mais chega próximo a meia lua adversária, como no primeiro gol contra o Coritiba e no segundo contra o Vasco. 

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Roma inicia bem a Era DiBenedetto


A movimentação da Roma no mercado de transferências tem sido exemplar. Diferentemente de Manchester City, Málaga e PSG, equipes de foram compradas por bilionários recentemente, a squadra giallorossa tem primado por ser sóbria em suas novas contratações. Apesar de estar entre os times que mais gastaram com a incorporação de jogadores, algo que não ocorria há muito tempo, a diretoria faz um trabalho interessante buscando peças baratas ou jovens promissores. Assim, foram fechadas as contratações de Erick Lamela, Bojan e José Angel. Além disso, o clube disputou Ricky Alvarez com a Internazionale e trabalha na possibilidade de adquirir o zagueiro central Kjaer e o volante Casemiro. 

Mais do que a boa visão dos jogadores disponíveis, a gestão de Walter Sabatini se caracteriza por ficar a margem das grandes negociações. Por isso, o clube virou espectador na batalha que resultou na transferência de Pastore ao PSG por absurdos 42 milhões de euros. Também se absteve das especulações em torno de Aguero, Tevez, Sneijder e Sanchez e trabalhou em nomes mais reais. Vale lembrar que a Juventus sonhou com Aguero e acordará com Vucinic.   

Ao trabalhar desta forma, a Roma demonstra que tem a pretensão de crescer de forma estruturada, pinçando jogadores com um custo-benefício adequado ao momento do time da capital. Foi assim com Stekelenburg e com Heinze, que chegou para compor elenco.  
Provavelmente, os tiffosi romanistas não estão eufóricos como os parisienses. Porém, o método adotado pela equipe italiana é mais honesto e tem menos chance de ruir com o fair play financeiro a ser imposto pela UEFA.  

Promessa: Tom Cleverley


Mais do que a taça da Community Shield, o Manchester United ganhou uma prova de que os garotos de suas divisões inferiores estão prontos para atuar em alto nível ao lado das grandes estrelas do time, como Rooney, Vidic e Ferdinand. O meio-campista Tom Cleverley foi uma das três alterações feitas pelo treinador Sir Alex Fergunson no intervalo e foi um dos responsáveis por mudar o ritmo da partida, que era vencida pelo City por 2x0.

Apesar do protagonismo de Nani, autor de dois gols, os jovens foram o motor para a reação dos vermelhos. A atuação de Cleverley foi a que chamou mais atenção. O garoto que esteve emprestado ao Wigan jogou com a naturalidade de um veterano, firme na proteção à defesa e agressivo nos desarmes e com bom toque de bola e movimentação na manobra ofensiva. Com sua entrada, o setor de meio de campo passou a trabalhar a bola com mais agilidade sem esquecer de apoiar Smalling, Phil Jones, Ronnie Evans e Patrice Evra na missão de parar o ataque dos Blues Citizens. Além disso, o futebol do brasileiro Anderson também cresceu com a entrada do jovem. Os dois se alternaram nas subidas e eram constantemente vistos na entrada da área adversária, como no gol de empate, trabalhando como autênticos box-to-box.  

Comparado a Iniesta por parte dos torcedores, o garoto se mostrou mais trabalhador que o espanhol e com estilo mais parecido com Paul Scholes, que se aposentou ao final da última temporada. Se Fergunson tinha dúvidas, a atuação dos oriundos da base, especialmente Cleverley, expande a lista de jogadores com condição de atuar na temporada.